O medo de muitas mulheres ao pensarem em parto normal é da dor do parto. O que muitos não sabem é que o parto não é somente um evento fisiológico, contração-dilatação-expulsão-nascimento. A dor permite que mulher moderna, racional desligue-se e se permita conectar com seu EU interior. Se permita perder o controle e se desconectar do mundo consciente. Parir é uma ruptura emocional e espiritual e por isso dói, doí muito. A despedida daquela mulher que nunca será como antes. A dor do nascimento: Nasce uma nova mulher, uma nova esposa e nasce uma mãe.
A dor do parto é suportável. Como diz Laura Gutman "não é possível suportar o sofrimento", mulheres sofrem por estarem sozinhas, por serem desrespeitadas, humilhadas, mutiladas e ameaçadas.
Cada parto é diferente e único. Por mais que a equipe médica tenha participado de inúmeros partos e procedimentos, aquela mulher e aquele bebê nunca passaram por isso. O parto não é do médico ou da equipe, o parto é da mulher.
Por isso a grande importância de ter alguém acompanhando essa parturiente, que seja um profissional, uma doula, o marido, uma mãe ou uma amiga. Mas que seja alguém conectado a essa mulher, que esteja ali disponível para ela, que a ampare, a acolha. Segundo Bateson "é a diferença que faz diferença". Que haja mais pessoas disponíveis em fazer a diferença nesse momento tão significativo. O medo só diminui quando não estamos sozinhos. E não podemos esquecer que há vários tipos de dores no parto.