quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O puerpério não dura 40 dias

Começo o texto de hoje com a frase da terapeuta familiar e escritora Laura Gutman "o puerpério não dura quarenta dias". Para quem nunca ouvir falar nessa palavra estranha, vou explicar o que significa e tenho certeza que já escutou sobre esse tão famoso momento de uma nova mãe. 
O puerpério é o nome dado a fase logo após o pós-parto, quando termina o deslocamento da placenta, logo após o nascimento do bebê. É um período de espera, em que o corpo está se adaptando e voltando à "normalidade". E nesse período recomenda-se não ter relações sexuais. O que para muitos maridos é uma tortura.
Segundo Laura, as mulheres puerperais não estão em condições físicas  ou emocionais de manter relações sexuais com penetração. É um momento com muitas mudanças e inúmeras questões que emergem e muitas se sentem culpadas quando o obstetra as "liberam" para retornar as relações sexuais e o corpo e a mente não respondem. 
O esgotamento é total. A energia para cuidar de um novo ser é tão nova e tão desgastante para essa mãe. A sensibilidade e a feminilidade precisam ser mais desenvolvidas nesse momento tanto para as mulheres e tanto para os homens. Sexualidade vai além da penetração vaginal. Sexualidade é caricia, abraços, toque, olhar, beijos, palavras. 
As mulheres só se sentem culpadas de não terem vontade de ter relação sexual quando não há um marido sensível ao seu lado. Mulheres desejam beijos apaixonados, abraços prolongados, massagens nas costas, conversas, sorrisos, calor e disponibilidade masculina. 
A criança sempre está com a mãe, mesmo estando no seu berço dormindo, a mãe e esse bebê estão ligados emocionalmente. Por isso é indispensável que a relação com o parceiro seja suave, delicada e lenta. O puerpério pode durar um mês, seis meses, ou dois anos, isso depende de cada mulher e de cada relação. E para que tenhamos uma relação com o outro precisamos primeiro, nos olhar.



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