segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Estou grávida e agora?!?!

Se você colocar esse título no campo de pesquisa do Google irá encontrar inúmeros textos falando desse assunto. O primeiro texto que li já dizia na primeira linha "Você deve procurar o obstetra e iniciar seu pré- natal". A Sensação que eu tive foi a mesma quando descobrimos uma doença grave e precisamos procurar o médico urgente, como se tivesse um risco eminente de morte.

Receber uma notícia de gravidez mesmo desejada é ser invadida por uma ambiguidade de sentimentos e sensações. Ora se está feliz, ora com medo, ora esperançosa e ora angustiada. Mas o que fazer com todos esses sentimentos que nos emanam? A primeira atitude que se faz é ir no médico, com uma consulta de 15 minutos no máximo, em que a maioria dos médicos não irão responder suas dúvidas e muito menos ter a sensibilidade de te acolher e acalmar. Digo a maioria dos médicos, pois grande parte ainda estão à mercê de um sistema de saúde falido. 

Em seus primórdios, as sociedades humanas eram sociedades matriarcais, ou seja, era comandadas por mulheres, diferentemente da sociedade de hoje dominantemente patriarcal. Naquela época se exaltava as deusas-mães, pois se acreditava na ligação das mulheres com a divindade, porque elas eram as únicas na tribo ou comunidade que conseguiam gerar uma vida. Devido à essa crença, elas eram tratadas com imenso cuidado e carinho, pois gestar um ser era celebrar a vida.

Hoje infelizmente, a gestação se tornou um procedimento médico, cheio de exames e consultas. Não sou contra ir no médico e fazer o pré-natal, muito pelo contrário, o acompanhamento médico é de extrema importância. O que quero chamar a atenção é que o período gestacional  deixou de ser um momento do sagrado feminino. Em que a beleza e a força da mulher se mostrem cada vez mais. Ao invés disso, a mulher é tomada pelo medo e insegurança de que ela não sabe nada e de que é incapaz de cuidar de uma outra vida.

O medo nos invade porque, nós mesmas nos cobramos ser perfeitas como mulheres, profissionais, mães e donas de casa. Colocamos em nós a obrigação que temos que dar conta de tudo e quando engravidamos surge mais um dever. Relacionado a isso trago um trecho do texto de Laura Gutman:

 "...as mulheres estão distanciadas dos ciclos vitais naturais e de seus próprios ciclos femininos, que são pura expressão do seu contato com o universo. Apressadas e com os relógios interiores desajustados, não sabem quando ovulam, nem quando sangram, nem quando comem, nem quando sonham, Está na hora de derramar algumas gostas de consciência, pois o futuro da humanidade depende de nossas capacidades nutritivas."

Precisamos resgatar a feminilidade em nós, entenda feminilidade como sinônimo de força, delicadeza, empoderamento, auto-estima. Nossa sociedade, precisa deixar a gestante se sentir segura, confiante em seu ser. Gerar uma vida é renascer, você nunca será mais a mesma, só nós mulheres podemos nos transformar dessa maneira. 

Se você está grávida e está com medo, angústia, não se desespere. Procure ajuda, compartilhar a dor e os sentimentos com outras pessoas pode ajudar, converse com seus familiares, com amigas, com o médico, se tiver condições procure um(a) psicólogo(a) com um olhar voltado para a gestação ou uma doula que acompanhe pré-parto.

Para mais textos e informações acesse: www.lorenaladico.com.br







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